quarta-feira, 11 de maio de 2011

Aclamem a Deus






                Quero compartilhar com vocês sobre as formas que usamos para expressar o louvor e a adoração ao Senhor Deus. O que é louvar e o que é adorar?
                Louvar, no verdadeiro sentido da palavra, significa “dispensar elogios a alguém”, “exaltar”, “glorificar alguém”. Já adorar, etimologicamente significa “falar com”. O dicionário explica como “culto a Deus”, “amor profundo”. Jesus foi o grande inspirador do louvor e da adoração. Desde que nasceu, por onde passou, quando operou milagres, quando entrou em Jerusalém. Esses atos de louvor e adoração foram expressos de muitas formas.
              Recentemente, estive no culto fúnebre de uma irmã muito amada de nossa igreja. Meu pastor convidou todos a cantar um dos hinos da harpa cristã. Que coisa linda! Estávamos ali, juntos, na tristeza e na dor da perda de uma pessoa tão querida, louvando ao Senhor. Cantar é uma das formas que o salmista nos exortou a fazer: “Aclamem a Deus, povos de toda terra! Cantem louvores ao seu glorioso nome; louvem-no gloriosamente! Digam a Deus: Quão temíveis são os teus feitos! Tão grande é o teu poder que os teus inimigos rastejam diante de ti! Toda a terra te adora e canta louvores a ti, canta louvores ao teu nome.” (Sl 66.1-4).
             Certa vez, em uma igreja, enquanto cantávamos ao Senhor alguns hinos da harpa cristã, ouvi uma voz feminina atrás de mim muitíssimo desafinada. A forma que ela louvava ao Senhor, sem restrições, sem nenhum tipo de vergonha era de encher o coração de alegria. Foi maravilhoso poder sentir a sinceridade que fluía através da voz dessa irmã. Não é necessário ter uma voz maravilhosa ou cantar de modo afinadíssimo para poder louvar ao Senhor. O Salmo 66.8 diz assim: “Bendigam o nosso Deus, ó povos, façam ressoar o som do seu louvor”. O que quero passar para vocês, é que se faça ouvir, amado leitor.
             A expressão corporal também é uma forma de louvor. Louvar com o corpo, bater palmas, dançar e pular de alegria na presença do Senhor também é louvar ao Senhor. Tenho plena certeza que você já ficou tão alegre com Deus que quase não se conteve, não é? Deu aquela vontade de sair correndo, pular, abraçar o irmão que está do seu lado. A palavra de Deus nos dá a liberdade de fazer isso. Lemos em Salmos 47.1: “Batam palmas, vocês, todos os povos; aclamem a Deus com cantos de alegria”. Vemos sobre as danças como gesto de louvor em outras passagens bíblicas como nos Salmos 149.3 e 150.4. Fiquei maravilhado esses dias ao assistir um vídeo que mostrava a cura imediata de um paralítico na Coréia. Ele ao conseguir se firmar após levantar de sua cadeira de rodas e dar os primeiros passos, começou a exaltar ao Senhor com palavras e passou a dar pulos de alegria, tudo para glorificar ao Senhor.
              Há, porém, situações completamente avessas às apresentadas até agora. Momentos em que não conseguimos dizer nem sequer uma palavra diante de Deus. Louvamos no silêncio também. Lembra-se da passagem de Daniel 10, quando o anjo mostra a Daniel todos os acontecimentos dos últimos dias? No verso 15 deste capítulo, Daniel disse: “E, falando ele comigo essas palavras, abaixei o meu rosto e emudeci”. Este silêncio nos mostra que em algumas situações, as palavras podem ser insuficientes. O ato de silenciar-nos na presença de Deus, nos dá a oportunidade de conhecê-lo com mais profundidade. “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus” (Sl 46.10). Como vimos, podemos louvar ao Senhor de muitas maneiras. Somos livres! Livres para adorá-Lo, para bendizê-Lo.               Peço que você esteja atento ao lugar onde você louva. Talvez na sua igreja a liturgia não permita que você dance ou bata palmas. Respeite isso. Faço minhas as palavras do apóstolo Paulo à Filemom: “Escrevi-te confiado na tua obediência, sabendo que ainda farás mais do que digo” (Fm 1.21). Tenho a certeza que você encontrará outras formas de louvar ao Senhor.

Ósculos e amplexos! 

sábado, 7 de maio de 2011

NÃO NEGOCIAMOS PRINCÍPIOS!



Para a tristeza de todos aqueles que amam a Palavra de Deus e buscam viver uma vida digna de modo sóbrio, justo e piedoso, no último dia 05 de maio o STF e seus nobres juízes decidiram de modo arbitrário algo que a maioria da população brasileira não aceita: a idéia de que um “casal” homossexual seja visto como uma unidade familiar. Não se viu o bem comum, mas apenas o bem de um grupo que deseja se sobrepor sobre os outros como se não houvesse leis que defendessem o ser humano. As leis devem cumprir seu papel de defender os bons costumes e a integridade do ser humano e não favorecer grupos exclusivos.
Nossa palavra não é contra os homossexuais, aos quais já deixamos nossa posição bíblica de forma clara em outro artigo. A Igreja é contra o homossexualismo, não contra o homossexual. Ninguém em sã consciência deve tratar mal um homossexual, mas deve ajudá-lo segundo as Escrituras, pois Deus fez homem e mulher, estabelecendo um parâmetro familiar entre macho e fêmea, não entre pessoas do mesmo sexo (Gênesis 2:24). Mas precisamos reiterar nossa posição de forma clara, pois nossa obediência é a Palavra de Deus em primeiro lugar, pois “... É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens!” (Atos 5:29).
Sim, o homossexualismo é pecado e desagrada a Deus, ou “Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos” (1Coríntios 6:9). Sim, nossa posição é contra aqueles “que praticam imoralidade sexual e os homossexuais, para os seqüestradores, para os mentirosos e os que juram falsamente; e para todo aquele que se opõe à sã doutrina” (1Timóteo 1:10). Sim, continuaremos a ensinar o que a Bíblia diz: “Não se deite com um homem como quem deita com uma mulher; é repugnante” (Levítico 18:22). Deitar aqui no hebraico significa “copular, um lugar onde se dorme e geralmente de conotação sexual entre homem e mulher”. Sim, a Bíblia é clara que “Se um homem se deitar com outro homem como quem se deita com uma mulher, ambos praticaram um ato repugnante...” (Levítico 20:13).
          Sim, queremos continuar tendo voz para manifestar nossa posição e não vamos nos calar, mesmo que nos ameacem. Sim, vamos lutar pelo nosso direito de expressão. Acreditar no que quiser é um direito intrínseco a cada ser humano. A consciência é foro íntimo, inviolável, sobre o qual outros não podem legislar. Mas muitos dos defensores do homossexualismo, em nome da “diversidade” querem tornar todos iguais e calar os “radicais”, os “conservadores”, os “fundamentalistas”, querem menosprezar a fé e a consciência dos que não concordam, tentando pichá-los de “ignorantes” e “fora-da-lei”. Esquecem, entretanto, que faz parte da nossa humanidade termos nossas próprias ideias, convicções e crenças. E é daqui que procede a outra liberdade, a de expressão, que consiste no direito de alguém declarar o que acredita e os motivos pelos quais acredita de determinada forma e não de outra. Nesse direito está implícito o “contraditório”, que é a liberdade de análise e posicionamento contrário às expressões ou manifestações de outras pessoas em qualquer área da vida. A liberdade de consciência diz respeito ao que cremos, interiormente. Já a liberdade de expressão é a manifestação externa dessas crenças.
A liberdade de consciência e de expressão do pensamento é garantida pela Constituição em vigor sendo assegurada a inviolabilidade dessa condição de igualdade. Se todos são iguais, todos podem expressar suas ideias, pensamentos e crenças, desde que os direitos dos outros sejam respeitados. Ao tratar dos direitos e garantias fundamentais, a Constituição diz no Artigo 5º no item IV que “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato” e que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias” (Art.5º - VI). A liberdade de expressão religiosa é decorrente da liberdade de consciência e consiste no direito das pessoas de manifestarem suas crenças ou descrenças. Aqui se incluem adeptos das religiões, do ateísmo e do agnosticismo. Conforme o mesmo Artigo 5º: VIII “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política...”.
Portanto, não negociamos princípios. Somos contra o homossexualismo, não aceitamos a decisão do STF, não aceitamos chamar essas “uniões” de família. Somos fundamentalistas, porque cremos em fundamentos inabaláveis e eternos; somos conservadores sim, pois queremos conservar a célula mãe da sociedade, a família. Querem nos chamar de radicais? Pois nos chamem, pois nosso compromisso é radical por Aquele que fez tudo por nós e morreu na cruz para pagar nossos pecados. Cremos na restauração do ser humano e continuaremos pregando que a homossexualidade é pecado, que os homossexuais precisam de conversão e que a graça de Deus é capaz de restaurá-los.





Gilson Souto Maior Junior, pastor sênior da Igreja Batista do Estoril, Professor de Antigo Testamento e Hebraico na FATEO (Faculdade Teológica Batista de Bauru).