quarta-feira, 18 de abril de 2012

Pode o pastor se divorciar e continuar no ministério?



                             Uma pesquisa encomendada pelo Datafolha revelou que 71% dos brasileiros se dizem favoráveis à dissolução do casamento. Dentre os católicos, o índice sobre para 74%. Até mesmo os evangélicos formam maioria quanto à aprovação do divórcio: são 59% entre tradicionais e pentecostais.
                            Confesso que me preocupo com as estatísticas apresentadas na pesquisa, cujos números apontam para o fato de que boa parte dos nossos irmãos tem aceitado com naturalidade a separação conjugal, não diferenciando em quase nada ao restante da sociedade brasileira. Para piorar a situação inúmeros pastores brasileiros nos últimos anos tem se divorciado alegando incompatibilidade de temperamentos com o cônjuge, conflitos pessoais e outras coisas mais. Se não bastasse isso, existem alguns que se divorciaram das suas esposas alegando que o casamento deles nunca foi da vontade de Deus, daí a necessidade da separação.
                          Caro leitor, infelizmente não são poucos aqueles que se tem deixado levar por falsas percepções doutrinas. O casamento ao contrário daquilo que alguns afirmam, é indissolúvel, sendo o rompimento destes permitido por Deus somente em casos de adultério, abandono do lar ou violência doméstica por parte do incrédulo.( Na minhas perspectiva o marido que bate na esposa e vice-versa, há muito abandonaram o lar, concedendo a que foi violentada direito de separação.)
                         Isto, posto, diante desta perspectiva afirmo ser completamente antibíblicas as afirmações de que a ausência de amor, a falta de tesão, ou até mesmo a incompatibilidade de temperamentos, sejam motivos suficientes para o término do casamento.
                        Nesta perspectiva, o pastor que se separa por qualquer motivo excluindo o "exceto"de Jesus, bem como as orientações paulinas não tem condição de continuar no ministério pastoral. Todavia, na minha percepção, o ministro vítima de infidelidade conjugal poderá contrair novas núpcias, respeitados os princípios bíblicos, que norteiam o matrimônio, conforme estabeleceu o Senhor, em Mateus 5.31-32 e 19.9 (“Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério”; “Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério”).
                        No caso de divórcio provocado por iniciativa da esposa, com base em 1Coríntios 7.15 (“Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não esta sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz”), o ministro poderá permanecer ou não na função ministerial dependendo exclusivamente de cada caso.


Prezado amigo, minha percepção teológica pode parecer radical para alguns, no entanto, eu acredito, que pastores que abandonaram o lar se separando da esposa por motivos contrários as Escrituras e contraindo novas núpcias não podem continuar no ministério pastoral.


É o que penso e o que entendo da Escrituras.
 


Renato Vargens
http://renatovargens.blogspot.com.br

quarta-feira, 28 de março de 2012

Tirando as nossas sandálias

Fetti - Moisés e a Sarça Ardente - Kunsthistorisches Museum, Viena


                       Que a paz do Senhor e Salvador Jesus Cristo seja com você. Louvado seja o Senhor pelo mês que se passou. No texto anterior tratamos sobre a Soberania do nosso Deus e tenho a certeza que, assim como eu, você passou a observar este atributo na sua adoração. Como é maravilhoso saber que “o Senhor é Deus, em cima no céu e embaixo na terra” (Dt 4.39). Este mês eu quero tratar sobre mais um atributo maravilhoso de nosso Deus: sua Santidade. Deus é Santo!
                      A santidade de Deus é gloriosa e majestosa. Por ser Santo, é impossível haver um ato errôneo ou injusto da parte dele. Às vezes cantamos e em meio à adoração declaramos: Tu és Santo, Senhor! Exaltamos a Tua Santidade! Mas quando encerramos o nosso momento de culto ao Senhor, indagamos ao Senhor sobre algo que nos acontece que vai contra o nosso desejo, o “colocamos na parede” por algum fato ou pensamento, não compreendendo que os atos de Deus são sempre corretos e seus feitos sempre justos, pois Ele é Santo. Como é maravilhoso saber deste atributo e compreender com um pouco mais de profundidade o verdadeiro sentido da palavra “Santo” quando relacionada ao nosso Deus.
                     Moisés cantou: “Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em santidade, terrível em louvores, operando maravilhas?” (Ex 15.11) Moisés era íntimo de um Deus que já se havia mostrado Santo quando bradou por ele em meio á uma sarça que não se consumia. Moisés teve que tirar as sandálias dos pés, pois a terra havia se tornado Santa, pela visitação do Deus Santo. Tirar as sandálias ou sapatos para alguém no Oriente é uma forma de respeito, reverência.
                     Esse detalhe deve nos fazer pensar se estamos nos apresentando de forma digna perante o nosso Deus nos momentos de adoração e até mesmo no decorrer do nosso dia a dia. Quando “tiramos as nossas sandálias” mostramos ao nosso Deus que reconhecemos a Sua santidade e mostramos a Ele quem verdadeiramente somos. Ao “tirarmos as nossas sandálias”, reconhecemos que somos falhos, pecadores, homens e mulheres indígnos. Isaías ao se deparar com a santidade de Deus bradou: “Ai de mim que vou perecendo! Porque sou um homem de lábios impuros...” (Is 6.5). Já Pedro, diante de Jesus, após ver o tamanho do milagre que ele realizara ás margens do lago de Genesaré disse: “Senhor, afaste-se de mim, pois sou um homem pecador” (Lc 5.8). Ao “tirarmos as nossas sandálias”, reconhecemos que Deus odeia o pecado e que se não fosse a sua misericórdia, estaríamos literalmente “fritos”. Habacuque nos lembra de que os olhos do Senhor são tão puros que “não suportam ver o mal” (Hc 1.13).
                      Quando falamos que “adoramos”, só conseguimos fazer isso se, de fato, reconhecemos esse atributo de Deus. Não tem como adorá-lo se não nos colocarmos na posição de servos, nos humilhando, tirando perante Ele as nossas “sandálias” do orgulho, da prepotência, da inveja e do pecado (que nos afasta dele). O adoramos porque Ele é poderosa e soberanamente Santo e ninguém é semelhante a Ele. O adoramos porque somos cristãos, seguidores de Jesus Cristo, o Filho de Deus, que era Santo. O adoramos porque buscamos cumprir a ordem que Ele mesmo nos deixou: “sedes santos” (Lv 11.44 / I Pe 1.16). Posso dizer claramente que essa ordem da parte de Deus é possível de ser cumprida mesmo em meio a este mundo mal e pecaminoso. Jesus conseguiu!
                   Como você tem se colocado perante o Santo dos Santos? Que em todo o momento que for falar com o Pai ou se colocar diante dele para adorá-lo, você possa observar a “terra que você pisa” e realmente tirar de seus pés as “sandálias”, reconhecendo a santidade de Deus para que com isso, você “viva” o momento de adoração, que você sinta no profundo de sua alma o que vem da parte de Deus e desse modo, consiga adorá-lo em Espírito e em verdade!
                    Um excelente mês para cada um de vocês na paz do Senhor Jesus e em adoração pura e verdadeira! Tenho a certeza que você será grandiosamente abençoado ao buscar contemplar a santidade de Deus em adoração e louvor. 

Ósculos e amplexos!


andré_adorart@hotmail.com