quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Os dois Cristianismos


            Para fazer uma séria reflexão sobre o cristianismo, precisamos nos concentrar nos dois cristianismos existentes: o cristianismo dos atos dos apóstolos e o cristianismo de hoje. Quando lançamos este olhar encontramos uma diferença abismal entre os dois. 

As transformações do cristianismo dos Atos dos Apóstolos para o cristianismo contemporâneo não aconteceram da noite para o dia. As mudanças são resultado de um lento processo de assimilação de práticas e doutrinas que não comungam com a proposta original encontrada nos evangelhos. 

           Nós, igrejas Batistas, não aceitamos o posicionamento defendido por autores católicos que costumam dizer que a Igreja tem poder de fazer modificações e por isso mesmo evolui. Para esses pensadores não é necessário estabelecer a identidade entre o cristianismo de hoje e o do primeiro século. Não é assim que pensamos... Entendemos que o cristianismo do primeiro século deve ser o único paradigma para o cristianismo de hoje. 

            Para descobrirmos a verdadeira identidade cristã precisamos apontar alguns movimentos no decorrer da história que foram alterando o formato original dessa fé. Infelizmente esses movimentos ocorreram dentro do catolicismo romano, do protestantismo e no meio evangélico, prejudicando a identidade cristã: 1º) A assimilação de escritos não inspirados, colocando-os em pé de igualdade com as Escrituras Sagradas; 2º) O desenvolvimento do episcopado que acabou levando a assimilação do papado no 7º século da era cristã criando uma função não encontrada nos evangelhos; 3º) A assimilação dos sete sacramentos já no 4º século pelo cristianismo romano, passando o conceito errado de que estes sacramentos concedem graça e benefício espiritual ao cristão.  4º) A autoridade sacerdotal como meio de validação da aplicação dos sacramentos na vida dos cristãos; 5º) A pregação e o ensino da salvação pelas obras, contrariando o ensino do Novo Testamento de que a salvação é por meio da fé (Rm.1:16 e Ef.2:8); 6º) Aceitação de outros mediadores prejudicando a crença na suficiência mediadora do sacrifício de Cristo; 7º) A ênfase no Espírito Santo e suas manifestações e não no Cristo crucificado e ressurreto; 8º) A assimilação das ciências psicológicas e sociológicas como fundamentação para a caminhada cristã. O cristianismo de vendeu ao cientificismo! 9º) O cristianismo se rendeu ao capitalismo, transformando a fé em produto e o cristão em cliente. O mercado passou a ditar os rumos da Igreja. No passado o cristianismo católico vendia perdão através das indulgências, hoje o cristianismo evangélico vende bênçãos, por intermédio de um evangelho que promete saúde e prosperidade terrena. 

            Tanto evangélicos como católicos acabaram aceitando doutrinas e práticas que contrariaram o formato original do cristianismo, perdendo as características vividas pela igreja no 1° Século da era cristã.


Autor:
Pr. Samuel Biassi - PIB Bauru-SP

Afivelando o Cinto!



              Quem nunca usou um cinto? Acredito que muitos de nós já utilizamos um. O cinto, em sua função original era para segurar as calças, deixá-las bem firme; porém, hoje também tem outras funções. A bíblia também fala de um cinto imutável, componente da Armadura de Deus, que é algo importantíssimo para nós. Quando Efésios 6:10-24 cita sobre esta Armadura, está nos incentivando a nos revestimos dela, para que a mesma nos proteja dos constantes ataques do inimigo; pois sem este revestimento, estaremos “nus” perante aquele que odeia nosso Pai e consequentemente nos odeia e quer nos “roubar, matar e destruir”, (Jo 10:10ª).
              A Armadura de Deus é composta por: Cinto da Verdade; Couraça da Justiça; Sandálias do Evangelho da Paz; Escudo da Fé; Capacete da Salvação e Espada do Espírito. O cinto ou cinturão é essencial para manter esta armadura, cingindo as outras partes. Os soldados romanos usavam esta peça forte ao redor da cintura, o qual protegia os órgãos vitais e as partes íntimas; assim como unia todas as outras peças. Podendo eles mover-se com toda a segurança, sabendo que nada sairia do lugar. Espiritualmente, o apóstolo Paulo faz alusão a este cinturão como a “verdade”, “Portanto, estejam preparados. Usem a verdade como cinturão”, (v.14). A verdade protege o que temos de mais frágil e mais íntimo e ainda nos dá direção de ataque; fornecendo sustentação as outras “armas espirituais”. Por isso, o primeiro passo de segurança do cristão para não ficar “lutando contra a carne e o sangue”, (v.12); para estar “firme no dia mau”, (v.13); e ainda posturar-se como um embaixador do Reino, (v.20), é conhecer e praticar essa verdade, (Jo 14:5; 8:32).
               Precisamos entender que a “verdade” que Jesus se refere são preceitos da Palavra de Deus, e quando praticada, nos traz “garantia”, e agrada o coração do Pai. Portanto, a práxis da “verdade” nos liberta, nos possibilita andar em segurança, ou seja, quanto mais entrarmos em contato com a Palavra, nossos comportamentos, possivelmente tornar-se-ão mais “santos”; e nos dará subsídios para conseguirmos nos esquivar com maior facilidade dos manjares do inimigo, do pecado, possibilitando assumirmos o caráter de Cristo.
               Para isso, o cristão precisa pensar mais sobre seus hábitos, e se estes estão afivelados aos Princípios do Pai. Por isso diante do contexto, abordo um errôneo comportamento de muitos cristãos; o de não utilizar o cinto de segurança em seus automóveis.
              Recentemente fiz uma pequena pesquisa, da varanda de minha casa, de quantos condutores de veículos usavam ou não o cinto de segurança. O resultado “gritante” nem me surpreendeu, pois sempre observei muita gente sem a utilização do mesmo, inclusive muitos cristãos. Note então, que de 300 veículos, 43% dos motoristas, não utilizavam cinto de segurança, e fora outras horríveis observações, como: uma mulher dirigindo, sem o cinto, é claro, e amamentando um bebê.     
              O cinto de segurança é um dispositivo de defesa, de proteção aos condutores e é uma Lei prevista no Código de Trânsito Brasileiro - Lei n° 9.503, art. 65/1997. Sabemos que é um benefício e não um pecado, portanto, acredito que se Jesus estivesse fisicamente, hoje, em nosso meio, Ele usaria o cinto, pelo simples fato de cumprir a “Lei dos homens”, como exemplificou: “...Dai a César o que é de César...”, (Mc 12:17); ou seja, cumpra as leis.               E sabemos também que quando cumprimos as leis instituídas pelas “autoridades”, agradamos a Ele, (I Pe 2:13). Portanto, além de termos a consciência de proteção, precisamos dar o exemplo. Penso que muitos cristãos acreditam que não precisam utilizar o cinto, pois Deus vai protegê-los (acidentes, multas). Mas tome cuidado, pois o pecado afasta o “homem” de Deus e Ele não se deixa enganar, pois tudo o que semearmos, iremos colher, (Rm 6:23; Gl 6:7).   
             Reflitamos:Como anda nosso “cinturão da verdade”?Será que está frouxo ou já caiu? Lembremos que a “verdade” nos protege e segura à armadura, e sem ela ficaremos nus, vulneráveis frente ao inimigo. Então vamos lá! Com análise, arrependimento e ação, retornemos ao Propósito do Pai, afivelando o cinturão da verdade, pois fomos feitos para vivê-la e expressá-la, como Nazireus (separados); predestinados a sermos mais que vencedores.


Autor: 
Marcos Gilioti
Fonte: www.jornalathos.com.br