domingo, 6 de novembro de 2011

Horror numa rua chinesa

19 de outubro de 2011  — Os chineses acabaram de perceber de relance a crescente desumanidade de sua sociedade, e eles estão revoltados com o que estão vendo. Mas o horror capturado num recente vídeo de circuito fechado numa rua chinesa é nada mais do que um microcosmo da desumanização sistemática das crianças da China que está em andamento há décadas, por meio da cruel “política de um só filho” da China.
O vídeo mostra uma criança muito pequena que se perde numa rua, é atingida por uma van, que prossegue depois de parar brevemente, deixando-a como morta.
Mas o motorista da van não é o único vilão da cena. A câmara captura mais dez minutos de indiferença assustadora enquanto um pedestre após outro passa pela criança, que está no chão morrendo de hemorragia diante dos olhos deles. A criança foi atingida por uma segunda van, que também prossegue seu caminho.
Uma mulher pobre que coleta lixo reciclável acaba ficando comovida e dá uma parada para ajudar a menina. Ela corre até os pais dela, que apressadamente a levam a um hospital, onde ela permanece de coma.
O vídeo está circulando na China, exibido repetidamente na televisão e na internet, provocando indignação e exame de consciência. Suficiente é citar Eunice Yoon, correspondente da CNN na China, que comentou que “Muitas pessoas estão discutindo o que percebem como uma perda de moralidade na sociedade chinesa”.
“Muitas pessoas dizem que a China está há anos tendo um crescimento econômico acelerado, mas alguns observadores vêm apontando que o sistema educacional chinês realmente falhou nesse ponto, que fracassou ao não enfatizar e reforçar a necessidade de se respeitar a vida humana, numa época em que 1,3 bilhão de pessoas estão realmente clamando e com pressa para subir a escada social e econômica”, acrescenta Yoon.
Se os chineses desejam descobrir o poço envenenado do qual o país está bebendo, eles não precisarão olhar muito longe. Tais cenas de horror são comuns em todo o país e se repetem numa base diária, em “clínicas” governamentais onde crianças são abortadas a força ou pela decisão dos pais sob coerção, os quais são obrigados a se submeter à “política de um só filho” da China.
Conforme uma recente reportagem de LifeSiteNews, há uma ausência surpreendente de quatrocentos milhões a menos de bebês, que não nasceram, desde o início da cruel política da China de um filho só e abortos forçados. Essa política permite que famílias tenham apenas um filho se vivem numa cidade, e dois se vivem no campo. Aqueles que desafiam a lei e concebem e não fazem o aborto do segundo ou terceiro filho são multados, surrados e até assassinados pela polícia, conforme ativistas de direitos humanos frequentemente documentam. Seus filhos são então abortados a força.
O fato de que a criança no vídeo era uma menina não deveria causar surpresa a ninguém. A política de um filho só tem levado à devastação das mulheres, pois as famílias tipicamente preferem um menino em vez de menina, e praticam aborto por seleção sexual em escala de massa. De acordo com C-Fam, a proporção de meninos para meninas na China alcançou 120/100, e nas áreas rurais, até 130/100.
Em alguns casos, quando bebês “excedentes” nascem, as autoridades governamentais os raptam de seus pais, e então os vendem no mercado negro. Mulheres nas áreas rurais estão sendo enganadas e levadas a casamentos arranjados usando ofertas fraudulentas de empregos nas áreas urbanas. O tráfico de sexo está aumentando, e a homossexualidade também.
Embora a economia da China esteja crescendo de forma rápida, a longo prazo ela enfrenta o mesmo destino trágico do Japão, Europa Ocidental e outras sociedades que estão sacrificando sua descendência para a conveniência econômica: dívidas crescentes, estagnação econômica e crise social. Mas o resultado mais preocupante já está se passando bem diante dos olhos de milhões de chineses: uma sociedade que está perdendo sua alma para os ídolos dourados do mundo moderno.
Fonte: juliosevero.blogspot.com

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Os dois Cristianismos


            Para fazer uma séria reflexão sobre o cristianismo, precisamos nos concentrar nos dois cristianismos existentes: o cristianismo dos atos dos apóstolos e o cristianismo de hoje. Quando lançamos este olhar encontramos uma diferença abismal entre os dois. 

As transformações do cristianismo dos Atos dos Apóstolos para o cristianismo contemporâneo não aconteceram da noite para o dia. As mudanças são resultado de um lento processo de assimilação de práticas e doutrinas que não comungam com a proposta original encontrada nos evangelhos. 

           Nós, igrejas Batistas, não aceitamos o posicionamento defendido por autores católicos que costumam dizer que a Igreja tem poder de fazer modificações e por isso mesmo evolui. Para esses pensadores não é necessário estabelecer a identidade entre o cristianismo de hoje e o do primeiro século. Não é assim que pensamos... Entendemos que o cristianismo do primeiro século deve ser o único paradigma para o cristianismo de hoje. 

            Para descobrirmos a verdadeira identidade cristã precisamos apontar alguns movimentos no decorrer da história que foram alterando o formato original dessa fé. Infelizmente esses movimentos ocorreram dentro do catolicismo romano, do protestantismo e no meio evangélico, prejudicando a identidade cristã: 1º) A assimilação de escritos não inspirados, colocando-os em pé de igualdade com as Escrituras Sagradas; 2º) O desenvolvimento do episcopado que acabou levando a assimilação do papado no 7º século da era cristã criando uma função não encontrada nos evangelhos; 3º) A assimilação dos sete sacramentos já no 4º século pelo cristianismo romano, passando o conceito errado de que estes sacramentos concedem graça e benefício espiritual ao cristão.  4º) A autoridade sacerdotal como meio de validação da aplicação dos sacramentos na vida dos cristãos; 5º) A pregação e o ensino da salvação pelas obras, contrariando o ensino do Novo Testamento de que a salvação é por meio da fé (Rm.1:16 e Ef.2:8); 6º) Aceitação de outros mediadores prejudicando a crença na suficiência mediadora do sacrifício de Cristo; 7º) A ênfase no Espírito Santo e suas manifestações e não no Cristo crucificado e ressurreto; 8º) A assimilação das ciências psicológicas e sociológicas como fundamentação para a caminhada cristã. O cristianismo de vendeu ao cientificismo! 9º) O cristianismo se rendeu ao capitalismo, transformando a fé em produto e o cristão em cliente. O mercado passou a ditar os rumos da Igreja. No passado o cristianismo católico vendia perdão através das indulgências, hoje o cristianismo evangélico vende bênçãos, por intermédio de um evangelho que promete saúde e prosperidade terrena. 

            Tanto evangélicos como católicos acabaram aceitando doutrinas e práticas que contrariaram o formato original do cristianismo, perdendo as características vividas pela igreja no 1° Século da era cristã.


Autor:
Pr. Samuel Biassi - PIB Bauru-SP